Edge Computing: o que é, como funciona e por que usar

O amplo e crescente uso da tecnologia pelas pessoas e empresas vem gerando um aumento exponencial de dados, que resulta em congestionamento de rede e tempos de resposta lentos.

Para evitar impactos na produtividade e downtimes, as empresas buscam alternativas. Porém, usar métodos tradicionais baseados em nuvem tende a gerar um custo alto.

Então, como manter uma rede estável, com bom tempo de resposta, sem atrasos e interrupções?

A Edge Computing é a solução. Ao adotá-la, as empresas podem processar dados de forma mais eficiente e eficaz (sem incorrer em altos custos) e aproveitar a velocidade e a capacidade de resposta exigidas no mundo atual.

Neste artigo, esclarecemos os principais aspectos sobre essa tecnologia. Confira!

O que é Edge Computing para que serve
Claranet: O que é Edge Computing e como funciona

O que é Edge Computing?

Edge Computing, ou computação de borda, é um tipo de arquitetura de TI na qual os dados do cliente são processados na borda da rede, ou o mais próximo possível da fonte de dados.

Dessa forma, os usuários passam a ter acesso a serviços mais rápidos e confiáveis, enquanto as empresas usufruem da flexibilidade da Nuvem híbrida.

A Edge Computing permite que as empresas usem e distribuam um pool de recursos para um grande número de locais.

Na prática, em vez de enviar dados para um data center centralizado ou nuvem, a Edge Computing permite que os dados sejam processados​e analisados localmente. Ou seja, essa é uma opção mais econômica e eficiente para pequenas e grandes empresas

Para entender completamente a Edge Computing, é essencial conhecer a dinâmica dos seus três componentes principais da tecnologia:

  1. Dispositivos periféricos

    Os dispositivos na borda da rede geram e coletam dados. São exemplos câmeras inteligentes, drones, máquinas industriais e dispositivos vestíveis.

    Tais dispositivos são equipados com várias tecnologias para permitir processamento e armazenamento de dados eficientes no Edge, incluindo armazenamento integrado, recursos de processamento, opções de conectividade (como Wi-Fi e Bluetooth) e chips Edge AI, usados para tarefas avançadas de processamento de dados.

  2. Redes Edge

    Uma rede Edge é responsável por fornecer conectividade e recursos de computação para dispositivos Edge.

    Na prática, a rede oferece suporte ao processamento e armazenamento de dados no Edge, próximo à fonte de geração de dados, em vez de em um data center central ou na nuvem.

    Geralmente, a rede Edge é formada por vários dispositivos Edge conectados entre si e à rede mais ampla por meio de roteadores e outros equipamentos de rede.

    Diferentemente de uma rede em nuvem tradicional, este tipo de rede fornece recursos de computação mais próximos do Edge, reduzindo a necessidade de transferência de dados por longas distâncias.

  3. Infraestrutura de borda

    A infraestrutura de borda refere-se aos componentes de hardware e software que suportam a Edge Computing, incluindo dispositivos de borda, redes e outros sistemas de suporte.

    O termo abrange componentes físicos, como servidores, dispositivos de armazenamento, equipamentos de rede e software e plataformas executados neles.

    São exemplos de infraestrutura Edge: data centers Edge, dispositivos de gateway e chips especializados de IA Edge.

    Dessa forma, a empresa garante os recursos necessários para dar suporte ao processamento e armazenamento de dados no Edge, com análise de dados em tempo real que orientam a tomada de decisões.

Como funciona a Edge Computing?

Na infraestrutura de TI, a Edge Computing é uma estratégia que proporciona um ambiente uniforme do data center principal até os locais físicos próximos aos usuários e dados.

Uma estratégia de nuvem híbrida, por exemplo, permite que as organizações executem as mesmas cargas de trabalho nos próprios data centers e na infraestrutura de nuvem pública (como Amazon Web Services, Microsoft Azure ou Google Cloud). De maneira semelhante, uma estratégia de Edge Computing amplia a extensão do ambiente de nuvem para muito mais locais.

Por isso, e por garantir uma série de outros benefícios, a Edge Computing tem sido usada em vários setores, como o de telecomunicações, manufatura, transporte, serviços públicos e muitos outros.

Edge Computing: casos de uso da tecnologia

Muitos casos de uso para a Edge Computing são baseados na necessidade de processar dados localmente e em tempo real. A tecnologia é perfeita para situações em que a transmissão de dados a um data center para processamento causa níveis inaceitáveis de latência.

Veja alguns exemplos de caso de uso da Edge Computing:

  • Eficiência operacional da indústria

    Na linha de produção das fábricas, os sensores de Internet das Coisas (IoT) geram um fluxo contínuo de dados que pode ser usado para evitar interrupções e melhorar as operações. Estima-se que uma fábrica com 2 mil máquinas pode gerar até 2.200 terabytes de dados por mês.

    Portanto, é mais rápido e econômico processar esse volume de dados quando ele está mais próximo do equipamento, em vez de transmiti-lo para um centro de processamento de dados remoto primeiro.

    Ou seja, a Edge Computing é a solução ideal. A tecnologia permite, por exemplo, receber atualizações de software padronizadas e compartilhar dados filtrados que ajudam a melhorar a eficiência operacional em outros locais da fábrica.

  • Veículos conectados

    Esse é outro exemplo comum de uso da Edge Computing. Com a tecnologia, ônibus e trens usam computadores para rastrear o fluxo de passageiros e a entrega de serviços. Os motoristas de delivery podem encontrar a rota mais eficiente com a tecnologia integrada aos caminhões.

    Com a estratégia de Edge Computing, cada veículo utiliza uma plataforma padronizada e acessível para toda a frota, tornando os serviços mais confiáveis e assegurando proteção uniforme aos dados.

  • Veículos autônomos

    Devido ao grande volume de dados, veículos autônomos, como carros, usam Edge Computing e processam dados de sensores no próprio automóvel para reduzir a latência. Ainda assim, eles podem se conectar a um local central para receber atualizações de software over-the-air (OTA).

Por que Edge Computing?

O aumento do poder de computação dos dispositivos IoT e o uso das redes 5G são fatores que contribuem para o crescimento exponencial do volume de dados. Tal ritmo deve se manter acelerado.

Com a escala e a complexidade sem precedentes dos dados criados por dispositivos conectados, os recursos de rede e infraestrutura nem sempre atendem à volumetria de dados.

Na prática, enviar todos os dados gerados pelo dispositivo para um data center centralizado ou para a nuvem gera problemas de largura de banda e latência.

Então, a Edge Computing surge como uma alternativa mais eficiente, uma vez que permite o processamento e a análise dos dados ​​mais perto do ponto em que são criados.

Como os dados não passam por uma rede para uma nuvem ou centro de dados para somente, então, serem processados, a latência é significativamente reduzida.

Em síntese, a Edge Computing viabiliza uma análise de dados mais rápida e abrangente, criando a oportunidade de insights mais profundos, tempos de resposta mais curtos e experiências mais fluidas para o cliente.

Qual a diferença entre Cloud Computing e Edge Computing?

Basicamente, o intervalo de tempo para transmissão das informações.

O processo de Edge Computing difere da Cloud Computing porque a segunda leva tempo, às vezes até 2 segundos, para enviar as informações ao data center centralizado, atrasando o processo de tomada de decisão.

A latência do sinal pode levar a empresa a registrar perdas. Sendo assim, muitos gestores de TI já preferem Edge Computing em vez de Cloud Computing.

Veja outras características que colocam a Edge Computing em destaque:

  • A computação em nuvem e na borda são tecnologias diferentes e não intercambiáveis, ​​que não podem substituir uma à outra. A Edge Computing é usada para processar dados sensíveis ao tempo, enquanto a Cloud Computing processa dados não orientados pelo tempo.

  • A Edge Computing é preferida em regiões remotas, onde há conectividade limitada ou inexistente para um ambiente centralizado. Tais locais exigem armazenamento local, semelhante a um mini data center. Ou seja, a Edge Computing é a solução perfeita para este tipo de demanda.

  • Edge Computing é a alternativa ideal para dispositivos especializados e inteligentes, que respondem a determinadas máquinas de uma maneira específica. Para estes casos de uso, a Edge Computing garante respostas imediatas, que seriam obtidas com atraso apenas com o uso da Cloud Computing.

Edge Computing: escalabilidade, flexibilidade e a automação

A Edge Computing permite o balanceamento de carga, distribuindo recursos de processamento e armazenamento em vários dispositivos de borda, em vez de depender de um data center central.

Isso garante que os recursos de computação estejam disponíveis e possam ser usados onde são mais necessários, aprimorando o desempenho geral do sistema.

A Edge Computing aumenta a escalabilidade e a flexibilidade, já que fornece uma infraestrutura de computação descentralizada e distribuída que responde facilmente às constantes mudanças no escopo de trabalho das empresas e dos recursos de TI.

Além de garantir mais escalabilidade e flexibilidade, a Edge Computing traz outros benefícios importantes, como:

  • Redução de latência: ao aproximar o poder de computação da fonte de dados, a Edge Computing processa os dados em tempo real, o que é vital para aplicativos de automação que exigem uma tomada de decisão rápida.

  • Confiabilidade aprimorada: processamento de dados localmente, minimizando as chances de falhas de conectividade e perda de dados que podem ocorrer quando a empresa usa data centers remotos.

  • Maior eficiência: processos de automação são executados sem a necessidade de transmissão de dados para um local central. A Edge Computing proporciona uma automação mais rápida e eficiente, que faz a diferença nos setores de manufatura, saúde e transporte.

  • Implantação de dados simplificada: a Edge Computing otimiza a análise de dados e a implanta nos endpoints apropriados. Por exemplo, carros autônomos dependem de dados de semáforos, condições da estrada e informações específicas sobre o veículo. O acesso a todos esses dados pode ser otimizado pela Edge Computing.

Edge Computing: 6 práticas de segurança

Como vimos até aqui, a Edge Computing traz uma nova abordagem para o processamento e análise de dados. Contudo, para manter os dados na borda com segurança, é preciso observar seis regras básicas para segurança:

  1. Use o controle de acesso e a vigilância para aumentar a segurança física na borda;
  2. Controle a configuração de ponta e a operação das centrais de TI;
  3. Estabeleça procedimentos de auditoria para controlar alterações de hospedagem de dados e aplicativos na borda;
  4. Aplique o mais alto nível de segurança de rede possível entre dispositivos/usuários e instalações de ponta;
  5. Trate a borda como parte da nuvem pública de sua operação de TI: ela é independente e deve ser tratada e protegida por meio de seu próprio conjunto de ferramentas e práticas;
  6. Monitore e registre todas as atividades de borda, principalmente aquelas relacionadas às operações e configurações.

O futuro é Edge Computing

Como vimos até aqui, a Edge Computing é uma abordagem descentralizada para processamento de dados que aproxima os recursos de computação da fonte de geração de dados.

A ampla disponibilidade da Edge Computing em todo o mundo trará uma nova era de tecnologia avançada para cidades, residências e veículos inteligentes. À medida que a computação de borda evolui e se integra à Internet das Coisas (IoT) e às redes 5G, ela também traz novas possibilidades de criar um mundo mais inteligente e conectado.

Quer saber mais sobre a importância das aplicações em nuvem? Continue acompanhando o blog da Claranet.